Preocupado com a situação dos estudantes de medicina brasileiros, o Congresso Nacional analisa um projeto que prevê assistência psiquiátrica e psicológica gratuita para esse público.

Pesquisa da Universidade São Paulo (USP) aponta que 41% dos estudantes do curso de medicina apresentavam sintomas depressivos e 81% estado de ansiedade. Distúrbios do sono, irritação entre outros sintomas também foram revelados pelo trabalho da USP. Nos últimos meses, casos de suicídio ou tentativas de autoextermínio de alunos de medicina ganharam destaque e chamaram atenção das autoridades. 

O estudante de medicina Gustavo Furtado está no terceiro período da graduação. Há um ano e meio na faculdade, ele dedica em média dez horas por dia aos estudos entre aulas, leituras e exercícios em casa. “A pressão dentro de fora da sala de aula contribui para um estresse acima do normal”, avalia Gustavo.

O presidente da Associação Mineira de Psiquiatria e professor da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Humberto Correa fala sobre o projeto de assistência proposto pelo Congresso Nacional. 

“A ideia é muito bem intencionada, mas tem seus efeitos colaterais. Em instituições públicas, como na UFMG, serão usados dinheiro dos impostos da sociedade para financiar esse custo. Nas instituições privadas haverá um repasse para os alunos nas mensalidades. A causa é um motivo de preocupação, sabemos que os estudantes de medicina assim como os residentes tem mais adoecimento mental e suicidam mais que a população geral, mas não podemos considerar que seja uma população mais vulnerável e que precise de gratuidade nesse tipo de serviço”, pondera o professor. 

Fonte e foto:Itatiaia Link da Reportagem:http://www.itatiaia.com.br/noticia/congresso-analisa-projeto-que-preve-assistenc